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Artigo: Educação e inclusão digital sob a perspectiva da segurança na internet

Por:
Emerson Wendt (Delegado de Polícia e professor da Academia de Polícia do Rio Grande do Sul – www.emersonwendt.com.br)
Higor Vinicius Nogueira Jorge (Delegado de Polícia e professor da Academia de Polícia de São Paulo – www.higorjorge.com.br)
Muito se tem falado sobre a necessidade de promover a inclusão social das camadas menos favorecidas da sociedade e sobre a importância que “inclusão digital” exerce no desenvolvimento deste processo.
Neste sentido, o Governo Federal tem divulgado que “o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) pretende oferecer internet com velocidade de 1 Mbps com preços a partir de R$ 35 em 4.283 municípios até 2014”[i]. A principal finalidade do PNBL é oferecer, para boa parte da população do país, o acesso à banda larga e, deste modo, permitir a inclusão digital e social deste segmento da população, carente de informações.
Apesar da importância da disseminação da internet para todas as camadas sociais, deve-se considerar também a necessidade de se promover a educação digital da população, para evitar que os usuários de internet sejam vítimas/autores de crimes. Isso se justifica porque não existe instrumento melhor que a prevenção para evitar que usuários de computadores se envolvam com os crimes que acontecem no âmbito cibernético.
A partir do momento que o usuário de internet tem consciência dos riscos que está submetido quando utiliza a internet de forma irresponsável ou sem conhecimentos técnicos mínimos com certeza ele tentará se aprimorar e adotar procedimentos preventivos que diminuam o potencial de sofrer prejuízos ou transtornos oriundos da internet.
Considerando essas questões, é imprescindível que a educação e capacitação dos usuários de computadores (ou de qualquer dispositivo que se conecte à internet) seja amplamente discutida e implementada por órgãos do governo, ONGs, estabelecimentos de ensino e a sociedade como um todo.
Em razão de crianças e adolescentes, que usam a internet, ser considerados vulneráveis perante estas ameaças é imperioso que uma disciplina que aborde o tema “Segurança na Internet” seja criada e colocada à disposição para os alunos do ensino fundamental e médio.
Esta disciplina apresentaria informações sobre a segurança na utilização de redes sociais, e-mails, sites, blogs, leilões virtuais, comunicadores instantâneos, webcams, salas de bate papo, transações bancárias, comércio eletrônico, dentre outros recursos.
Para finalizar concluímos que é importante investir na massificação da internet “banda larga”, porém os novos usuários de internet, que não estão preparados para a sua utilização com segurança, devem ser alertados para tanto. Em uma comparação, mesmo que grotesca, seria como entregar uma casa, porém sem portas, janelas e qualquer meio de segurança dos bens internos. Daí, podem advir efeitos funestos.
Finalizando, além da educação digital, outro problema que deve ser enfrentado com seriedade é o fato de não existir lei específica para os crimes eletrônicos e que determine o armazenamento dos registros sobre a conexão de internet do usuário como medidas direcionadas a tornar a internet um instrumento mais seguro e benéfico para seus usuários. A sociedade deve cobrar de seus legisladores a aprovação de medidas legais que a proteja, tal qual são os Projetos de Lei que tipificam como crime determinadas condutas praticadas em âmbito virtual/eletrônico.
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[i] G1. PNBL deve chegar a 150 cidades em 2011, diz presidente da Telebrás. Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/06/entenda-o-plano-nacional-de-banda-larga.html. Acesso em: 01 out. 2011.

Comentários

Anônimo disse…
Concordo com o texto.
Não adianta prover a internet sem antes porém educar os usuários, embora eu tenha certeza de que crimes são cometidos em todas as classes sociais.
As pessoas precisam ser instruídas quanto aos deveres e direitos, e como você disse, cobrar das autoridades principalmente leis. Porque daqui pra frente estamos todos conectados na grande rede, e com isso não estamos livres de ser vítimas ou até mesmo cometer algum delito na web!
Camilla disse…
Bom Dia Dr. Emerson,

A questão da inclusão social passou a ser um problema muito sério. Muita gente não tem um preparo para encarar o mundo virtual, achando que tudo se resume em bate-papo, brincadeiras, visualização de conteúdo pornográfico e até mesmo, tirar proveito do "anonimato" para práticas de cunho criminoso.

Além disso, assim como existe muito jovem e até adultos, que utilizam a Internet para coisas úteis, há aqueles que acham que a grande rede é resumida em diversão através de redes sociais, facilitando muitas vezes que os golpistas possam agir de maneira facilitada. São esses usuários que muitas vezes, facilitam as ações maliciosas, não excluindo que em alguns casos, as vulnerabilidades de segurança em sites de relacionamentos ou prestadores de serviços também sejam grandes.

A conscientização precisa estar aliada à práticas de segurança cada vez mais enérgicas. A tecnologia da informação, mais especificamente a Segurança da Informação, tem trabalhado de forma árdua e intensa para coibir o número de ameaças e ataques que vem ocorrendo no universo cibernético.

Os cibercriminosos acompanham esse avanço e sempre tentam contornar os aparatos de segurança para implementar as suas façanhas...

Portanto, a luta contra os crimes cibernéticos deve ser cada vez mais contundente, progressiva, de forma com que crackers, carders, bankers e outros elementos ligados ao cibercrime, tenham a percepção de que a Internet não é uma terra sem lei.

Parabéns pelo seu trabalho e por sua competência.

Grande abraço,

Camilla Lemke

http://under-linux.org/members/cammyl/

@camillalemke

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