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Inteligência artificial e a “Roda mágica” do Google

Vocês alguma vez imaginaram digitar algo no computador e ele dizer para vocês tudo que têm relação com as palavras pesquisadas? Acredito que a resposta, principalmente pelos fanáticos em TI, é sim!


Quem faz pesquisas constantes pelo Google já percebeu a funcionalidade entre as várias opções adicionadas. Alguns sites e blogs apenas referem como mais um aplicativo do maior buscador na internet, porém acredito que é muito mais que isso ou algo muito maior pode sugir disso tudo.


Semana passada escrevi um artigo desmistificando dados escritos em um site que mencionou o suposto “guia de espionagem da Microsoft”. Veja o artigo:
Desmistificando o suposto “Guia de Espionagem da Microsoft”
Pois neste artigo fiz observações sobre Segurança x Privacidade. Hoje o assunto não foge muito disso, porque a “Roda mágica” googliana pode ser muito mais do que parece ser: na verdade – acredito – é a máquina e o que ela pode ter apreendido sobre determinado assunto.

Para você acessar a “Roda mágica” tem de seguir esses passos:

a) acessar a página do Google;
b) fazer qualquer pesquisa e clicar em “Mostrar opções…”, conforme a imagem abaixo, com o destaque em vermelho;
Roda Mágica 2
Roda Mágica 1c) após, clique em “Roda mágica” … conforme a imagem ao lado, com o destaque em vermelho.
O que aparecerá na imagem criada no estilo “Análise de Vínculos” ou “Rede de Relacionamentos” será uma teia do que o Google em tese aprendeu sobre o que foi pesquisado. No caso específico da pesquisa que mostro na imagem, a “Roda Mágica” trouxe exatamente o que se relaciona a mim na web: crimes virtuais e crimes cibernéticos (assunto que trato no blog); melhor antivírus (assunto de um post do blog que é o mais acessado de todos); técnico agrícola (formei-me Técnico Agricola em 1989); cartão magnético (escrevi sobre fraudes virtuais e sobre uma pulha virtual com cargão magnético de hotel; Delegado de Polícia (minha profissão). Ele só deixa a desejar por agregar o ítem “pac saúde”.

Roda Mágica 3
Conversei com uma profissional que trabalha diretamente com Inteligência Artificial: a Maísa Cristina Duarte (http://ufscar.academia.edu/MaisaDuarte), que está desenvolvendo um projeto de mestrado sobre o aprendizado da máquina, sob orientação do Professor Estevam Rafael Hruschka Junior. Maísa concordou em falar sobre o tema deste post e concedeu-me uma “entrevista” pelo GTalk e depois enviou-me mais observações por e-mail.

Segundo ela o retorno do “Roda mágica” é bom, pois ele mostra de uma maneira amigável, e possui filtros por data (mas isso já é feito no Google, logo parece ser só uma visualização) referindo-se à ferramenta “Cronograma”. Maísa porém refere que não há continuidade dos temas vinculados, e citou o exemplo da minha pesquisa acima: “Quando digito o seu nome “Emerson Wendt” se vou em “técnico agrícola, ele vai e faz uma busca como seu eu simplesmente tivesse digitado “técnico agrícola”, ou seja, não houve aprendizado, não tendo buscado informações sobre “Emerson Wendt” e “técnico agrícola”, conclui.

O que a pesquisadora quis dizer é que a “Roda mágica” não distingue pelas pesquisas se o termo pesquisado é uma pessoa, lugar, objeto ou termo específico. Ele simplesmente vincula as sentenças que ocorrem mais, não possuindo aprendizado, ou seja, não aprende com o retorno das pesquisas. .


No projeto de mestrado que Maísa desenvolve, “de um ponto de vista restrito somente a testes do "Roda Mágina", a ideia do Goolge é mostrar os resultados de uma forma mais amigável, bonita. Se for vontade deles, isso pode render muita coisa legal, mas por enquanto só realiza algo que já temos. São duas as diferenças principais entre essa ferramenta e nosso sistema: 1ª Nosso sistema trabalhará com aprendizado, ou seja, ele vai distinguir o que é cidade, pessoa, universidade, etc.  2ª Nosso projeto busca quebrar a barreira do fim.  O que quero dizer é que nosso sistema vai aprender para sempre, buscamos que ele aprenda a aprender, ou seja, imagine que ele vai ler uma página e conseguiu extrair (aprender) que São Carlos é uma cidade, da segunda vez que for lê-la, com essa informação ele pode aprender agora que São Carlos é uma cidade do estado de São Paulo”. Continua ela “essa é a ideia de como vamos extrair, ou seja, fazer ele aprender a aprender e assim como o ser humano, aprender a aprender de forma sem fim, para sempre, como dizem: "A gente nunca para de aprender". Ressaltou que o sistema em desenvolvimento no projeto “somente vai aprender aquilo que está disponível na web, somente isso!
Maísa citou o trabalho semelhante que é feito nos Estados Unidos, porém baseado na língua inglesa, e deixou o link para quem quer ler e aprender mais sobre o tema http://rtw.ml.cmu.edu/readtheweb.html. Ressaltou que o projeto brasileiro é baseado na língua portuguesa.
Questionei Maísa sobre o que ela achava da questão da privacidade na web. Eis o que ela respondeu:
Acho que é uma questão que possui dois lados, assim como no artigo de Tom Mitchell, professor da Carnegie Mellon University - USA (dezembro, 2009 http://www.post-gazette.com/pg/09352/1021836-84.stm). Nesse artigo ele cita um exemplo mais ou menos assim: Imagine ser informado, por uma mensagem, no seu celular, que a “x” metros de você há uma pessoa diagnosticada com gripe suína. Você gostaria de ser informado disso? Seria bom para você? Mas e o paciente? Ele não se importaria por essa informação ser espalhada? Voltando mais à privacidade na web, acho o seguinte: Meus pais me ensinaram, quando eu era criança, a não pegar carona com pessoas desconhecidas, a não dar endereço, telefone, etc. a elas. Acho que isso vale não somente pra crianças, mas para adultos e é claro, para o uso da internet também. Afinal, a web é aberta, portanto, cada um deve cuidar de si.
Se alguém quiser, pode seguir a Maísa Duarte também no Twitter, através da arroba @maisaduarte.

E vocês, o que acham da “Roda mágica”? Ajuda na informação? Ajuda na seleção dos assuntos? Demonstra que realmente não há privacidade na web?
Colabore com o blog comentando sobre o assunto.

Comentários

Anônimo disse…
Nossa, matéria extremamente interessante, olha eu creio em tudo oque a Maise disse. Privacidade na web é quase impossível, por isso que sempre aconselho meus filhos, e amigos a não saírem postando fotos, endereço e etc... É e vou testar a roda mágica, ver oque aparece aqui para mim rs.

Abração, o post é sensacional!

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