Pular para o conteúdo principal

Portugal: “Agente encoberto”, a nova arma contra o cibercrime



A nova Lei do Cibercrime entra em vigor esta quinta-feira e com ela chegam novas regras, onde se inclui o chamado “agente encoberto” para atacar, por exemplo, a pedofilia na Internet.

Este é o segundo diploma do género a entrar em vigor no espaço de três meses, uma vez que já desde Agosto as operadoras de telecomunicações são obrigadas a guardar os dados dos seus clientes durante um ano.

Os diplomas têm ambos origem em directivas comunitárias e, juntas, são consideradas fundamentais para combater o crime informático. Não só porque substituem legislação em vigor há 18 anos, como introduzem conceitos até aqui inexistentes na lei nacional.

Em causa está, em primeiro lugar, a Lei da Conservação e Transmissão de Dados, que obriga as operadoras a guardar registos durante um ano e que entrou em vigor em Agosto e, agora, entra em vigor esta quinta-feira a chamada Lei do Cibercrime, que vem actualizar a tipificação dos crimes, as respectivas sanções penais, mas também dar algumas novas ferramentas às policias.

No caso da Conservação dos Dados a que as operadoras de telecomunicações agora ficam obrigadas, a ajuda nas investigações é indiscutível.

Carlos Cabreiro, o coordenador do combate ao crime informático da Polícia Judiciária, revela que, actualmente, só era possível aceder a dados com três ou quatro meses, o tempo que as empresas precisavam para facturar serviços. Esse curto espaço de tempo, inviabilizava muitas investigações.

A esta nova possibilidade junta-se agora a Lei que actualiza o nome que é dado a alguns crimes, sobretudo as inúmeras variantes com que os investigadores vão sendo surpreendidos.

“Vem definitivamente clarificar a existência do crime relacionado com a difusão de vírus, vem punir a produção, venda e distribuição de programas maliciosos e existem depois os crimes de falsidade informática”, explica Carlos Cabreiro.

Para além de aproximar o texto legislativo da realidade, esta nova Lei do Cibercrime também prevê avanços operacionais, alguns deles aqui descritos por Carlos Cabreiro: “a nossa inclusão numa rede de contactos 24 horas, sete dias por semana, que será um serviço de prevenção ao crime informático em todo o mundo, temos também uma nova possibilidade de acções encobertas na Internet”.

Os agentes encobertos, por exemplo, irão com toda a certeza actuar em “chats” de conversação habitualmente usados por pedófilos ou até mesmo para perseguir quem usa o chamado “phishing”, burla sobre a qual existem actualmente 300 inquéritos na Judiciária.

Com estes dois novos diplomas, que por serem transpostos de directivas comunitárias também têm a vantagem de uniformizarem práticas e linguagens em toda a Europa, a Polícia Judiciária diz que estão alcançados objectivos prioritários.

Fonte: site Renascença - Portugal

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pirâmides e outros perigos no Twitter

-------------------------------------------------------------------- Muito se tem discutido no Twitter sobre os sites de “scripts de followers” relacionados ao Twitter. Legal ou ilegal? Crime ou não? Dados são capturados? Várias perguntas que eu e o Sandro Süffert resolvemos escrever o artigo conjunto abaixo. Comentem, critiquem etc. ----------------------------------------------------------------------------- O twitter - ou simplesmente TT - é um serviço de micro-messaging muito simples e revolucionário. Por sua simplicidade ele é usado por mais gente que outros sites de redes sociais. Devido à sua simplicidade e à grande utilização, são centenas os sites que "complementam" as funcionalidades do twitter. Alguns exemplos são: sites usados para encurtar os tamanhos dos links (URLs) nos tweets e se ajustar ao limite de 140 caracteres, como o bit.ly , o tinyurl.com e o http://g...

Controlar ou não os que os filhos vêem e fazem na web?

Essa pergunta sempre me é feita por alguma pessoa durante os cursos e palestras que ministro. E a resposta que dou é sim, temos de controlar, mesmo que moderadamente, o que os filhos estão fazendo virtualmente. Conforme divulgado pela INFO , já em 2004 a preocupação com o assunto era grande, pois “ crianças e adolescentes brasileiros entre 10 e 14 anos acessam a internet em casa e não são controlados ou censurados pelos pais ”. Na pesquisa, realizada pela Módulo Education Center em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, chegou-se ao dado preocupante de que 50% dos pais não sabiam o que os filhos faziam na internet. Se a preocupação já era grande 5/6 anos atrás, quando não havia a frede das redes de relacionamento social como Orkut, Sonico, Facebook etc. e dos blogs ou microblogs, imaginem agora com tudo isso. E mais: as crianças, com 3, 4, 5, 6, …, 9 anos já estão usando, compulsivamente, a web e os sites de relacionamento. Mas nada está perdido! Felizmente j...

Crimes virtuais: como proceder??

Nos finais de ano ou próximo às festividades mais importantes, há sempre um número recorde de textos e postagens, em sites e blogs de segurança na web, orientando os usuários da internet em como fazer compras de maneira segura e com o mínimo de riscos, o que é muito positivo. Porém, não tem como não fazer algumas considerações a respeito daqueles que, a despeito de todas as orientações, por algum motivo ou outro, acabam sendo vítimas de crimes virtuais , principalmente as fraudes eletrônicas, seja com a subtração de valores de contas bancárias, seja com utilização de cartões de crédito e/ou débito. Percebe-se que o usuário-vítima, em primeiro momento, procura recompor sua perda financeira diretamente na instituição bancária, o que é de todo compreensível. Quem fica satisfeito em sofrer prejuízo econômico e não vai atrás daquilo que lhe tiraram? No entanto, a sugestão importante , até para que a polícia possa ter o conhecimento real sobre esse tipo de crime, é de que a pess...