A segurança no Linux não parece ser mais a mesma, principalmente depois que Denis Sinegubko, um pesquisador russo especializado em segurança, descobriu que servidores Linux passaram a ser utilizados em uma botnet usada para distribuir malware.
Segundo o site The Register, cada uma das máquinas analisadas é responsável por armazenar um website autêntico. O problema é que invasores externos programaram as máquinas para rodar um outro servidor além do Apache, o nginx, responsável por distribuir as pragas virtuais.
Em seu blog (que pode ser visto pelo atalho http://tinyurl.com/nyca63), Sinegubko avisa que os servidores infectados podem fazer tudo o que um computador doméstico zumbi pode fazer, como auxiliar em ataques de negação de serviço e enviar spam, por exemplo. A principal diferença é que essas máquinas são muito mais potentes e têm uma ótima conexão com a internet, o que as torna ainda mais perigosas.
Apesar da ameaça ser considerada grave, o especialista explica que é muito mais fácil "caçar" e neutralizar um servidor rodando um código malicioso do que um computador doméstico. O endereço IP dos servidores não costumam ser dinâmicos (ou seja, não mudam periodicamente, são fixos), sendo portanto mais simples bloqueá-los.
Ele ainda avisa que todos servidores analisados rodam distribuições Linux comuns, muitas delas com vulnerabilidades vergonhosamente elementares, o que coloca em cheque a noção de que o sistema operacional é realmente seguro.
Zumbis e botnets
Além do medo tradicional de que o hacker obtenha informações do próprio usuário, invasões a computadores domésticos - e, pelo visto, a servidores também - estão sendo usadas pelos cybercriminosos para um mal maior.
As botnets são redes formadas por computadores infectados por vírus especiais capazes de torná-los "zumbis". Uma vez infectado, um PC zumbi pode ser controlado à distância por pessoas ou organizações criminosas.
Todos os PCs zumbis podem ser controlados ao mesmo tempo e de forma coordenada. Isso pode ser usado para enviar spam com abrangência global e até mesmo para atacar a infraestrutura de internet de países inteiros.
Botnets famosas têm um elevado número estimado de PCs zumbis. A Storm network, por exemplo, controla cerca de 80 mil computadores, enquanto o recente Conficker infectou algo em torno de 15 milhões de máquinas.
Os PCs zumbis também podem repassar o software que os infectou, ajudando a escravizar mais PCs sadios.
Hoje, estima-se que o interesse dos criminosos digitais pelos dados de um usuário doméstico seja muito pequeno. A grande motivação desses hackers é formar uma espécie de "exército zumbi" para poder atacar instituições maiores, sejam empresas ou governos.
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