Pular para o conteúdo principal

Escândalo de escutas ilegais derruba chefe da Inteligência colombiana

Um diretor da agência de inteligência da Colômbia renunciou e vários membros do seu alto escalão estão ameaçados pelo mais recente escândalo de escutas ilegais no governo Álvaro Uribe. Segundo a última edição da revista "Semana", o esquema envolvia escutas de autoridades e venda de informações a narcotraficantes, paramilitares e guerrilheiros.

Os desdobramentos da revelação, publicada no sábado, levaram Uribe a negar ontem que ordens de escutas de magistrados, opositores e jornalistas tenham partido da Casa de Nariño, sede do governo. Para ele, seus autores formam "um grupo criminoso que atinge a democracia, a liberdade, o país e o governo que presido", afirmou.

De acordo com a revista, as escutas realizadas por funcionários do DAS (Departamento Administrativo de Segurança) tiveram entre seus alvos dois membros da Suprema Corte -o ex-presidente Francisco Ricaurte e Iván Velásquez, chefe de investigações da "parapolítica" (laços entre políticos e paramilitares), que derrubou vários dos auxiliares de Uribe.

Foram também grampeados os senadores oposicionistas Gustavo Petro e Piedad Córdoba, que mediou as libertações de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no começo de fevereiro, e jornalistas críticos como o colunista Ramiro Bejarano.

Grande parte dos arquivos foi destruída, porém, entre os dias 19 e 21 de janeiro na sede do DAS, em Bogotá. No dia 22, assumiu o atual diretor-geral da agência, Miguel Muñoz. Ele substituiu no cargo María del Pilar Hurtado, que havia caído justamente devido à revelação de escutas sobre Petro.

A revelação custou o cargo do subdiretor de Contrainteligência do DAS, Jorge Alberto Lagos, cuja renúncia foi aceita anteontem por Muñoz. Segundo ele, estão sobre sua mesa as cartas de renúncia de seus principais subordinados, e não estão descartadas novas demissões.

Ainda anteontem à noite, o procurador-geral da Colômbia, Mario Iguarán, ordenou que uma equipe composta por dois promotores e dez técnicos iniciasse uma investigação na sede do DAS. "Queremos saber quem ordenou as intercepções e quem as está utilizando."

Ainda segundo a reportagem, o esquema incluía também a venda de informações encomendadas por paramilitares, guerrilheiros, narcotraficantes e membros do governo que investigavam uns aos outros.

Ontem, novas informações sobre o esquema revelaram que as escutas atingiram também a antessala do gabinete presidencial, com três de seus auxiliares, o ministro da Defesa e pré-candidato à sucessão de Uribe, Juan Manuel Santos, e o diretor da Polícia, Oscar Naranjo.

Congressistas de oposição e situação exigiram medidas drásticas e chegaram a propor a extinção do DAS. "Revela-se uma política oficial de intercepção e vigilância policialesca contra opositores", disse um membro do Partido Liberal.

Piedad Córdoba disse ao jornal "El Espectador" que o esquema "visa desprestigiar opositores e aliados de Uribe que busquem sua sucessão". Na semana passada, Uribe disse, segundo assessor, que disputaria o terceiro mandato sucessivo se sua base não tiver candidato de consenso -para tanto, seria preciso mudar a Constituição.

Fonte: Folha Online 24/02/2009 - 10h34

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Facebook: endereço de envio de intimações e/ou ordens judiciais

Achei interessante atualizar (fev/2018) esse post de outubro de 2011, visando deixar a informação mais correta e atualizada em relação aos procedimentos no Facebook: Várias pessoas me perguntam(vam) sobre o endereço do Facebook, que anunciou, em 2011, abrir um escritório no Brasil. Todo o procedimento de tratamento está explicado no nosso livro, escrito com o Dr. Higor Jorge: Crimes Cibernéticos - Ameaças e Procedimentos de Investigação. Veja como adquirir o livro: Como adquirir os livros? O resultado da pesquisa do registro do domínio nos remete a um escritório de registro de propriedade intelectual, porém, o escritório para envio de ordens judiciais e/ou intimações, além de requerimentos, é o seguinte: FACEBOOK SERVICOS ONLINE DO BRASIL LTDA Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 700, 5º Andar, Bairro Itaim Bibi, São Paulo-SP, CEP 04542-000 - Fonte:  Jucesp Online Não sabíamos como seria o tratamento das informações e respostas às solicitações das chamadas

Como ter acessso aos livros de Emerson Wendt?

Resolvi fazer esta postagem em virtude dos questionamentos em como adquirir os livros que escrevi/organizei/participei com colegas e amigos do RS e outros Estados, além de autores fora do Brasil. Assim, lá vai, inclusive os que estão para download: Livro, em recurso eletrônico (eBook), publicado em 2011 em parceria com a Editora Delpos. Avalia os aspectos sobre a (in)segurança virtual no Brasil, desde o contexto da guerra cibernética, o cibercrime e os incidentes na Internet e como eles são/deveriam ser avaliados sob a ótica da atividade de inteligência. Link para download: Academia.edu . 2ª Edição do livro Crimes Cibernéticos - Ameaças e Procedimentos de Investigação (escrito em parceria com o Dr. Higor Jorge) : - Esgotado!! - eBook: a editora Brasport disponibilizou a aquisição do livro em formato eBook, o que pode ser feito neste link  (1ª Edição) ou neste link (2ª Edição). O preço é mais atraente, pois fica pela metade do valor do livro impresso. 1ª Edição do liv

Lista dos Estados que possuem Delegacias de Polícia de combate aos Crimes Cibernéticos

Esta ideia começou com o post sobre os órgãos especializados no enfrentamento aos crimes virtuais , que estava desatualizado. Estou fazendo essa atualização com vistas a uma melhor orientação às pessoas. Muitos já copiaram e replicaram este post, sem atualizar os dados e sem referenciar a fonte, mas o que importa é a difusão da informação. O primeiro aspecto de um registro de ocorrência de um crime virtual é saber o que levar ao conhecimento da Polícia Judiciária. Por isso, sugiro a leitura do post sobre como proceder em casos de crimes virtuais, deste blog. Crimes virtuais: com proceder? Então, vamos à lista dos Estados brasileiros onde você pode encontrar atendimento especializado, não esquecendo que se você não se encontra na cidade ou Estado em que há um órgão policial específico você pode e deve registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima . O que não pode é deixar o fato sem o conhecimento de uma Autoridade Policial. -  Rio Grande do Sul :