Fonte: France Presse, em Nova York
Os ataques informatizados representam a maior ameaça para os Estados Unidos, depois da guerra nuclear e das armas de destruição em massa, e são cada vez mais difíceis de impedir, segundo especialistas da Polícia Federal norte-americana (FBI).
Durante uma conferência em Nova York nesta terça-feira (7), Shawn Henry, diretor adjunto da divisão informática do FBI, disse que esses ataques representam "o maior risco para a segurança nacional, depois das armas de destruição em massa e de uma bomba em uma de nossas metrópoles".
"A ameaça que pesa sobre nossa infraestrutura, nossos serviços de inteligência e nossos sistemas de informática é imensa", avisou.
Os peritos americanos chegaram a utilizar o termo de "cybergeddon", ou apocalipse cibernético, uma situação em que uma sociedade avançada --na qual tudo o que é importante é ligado, ou até controlado, pelos computadores-- é sabotada por piratas virtuais.
Michael Balboni, secretário-adjunto de segurança pública do estado de Nova York, descreveu esse "apocalipse" como "uma ameaça imensa" contra toda a sociedade, de instituições bancárias aos sistemas municipais de monitoramento das represas.
Segundo Henry, os grupos terroristas estão tentando criar um 11 de setembro virtual, "infligindo ao nosso país, aos nossos países e a todas nossas redes, o mesmo tipo de danos que já nos atingiram em 11 de setembro de 2001".
Mesmo que um ataque informatizado dessa amplitude nunca tenha acontecido nos Estados Unidos, a pirataria informática, antigamente dominada apenas pelos mais experientes, está se desenvolvendo rapidamente como uma ferramenta de guerra em todo o mundo.
Dessa forma, piratas virtuais russos teriam atacado redes internet na Estônia e na Geórgia no ano passado, e simpatizantes palestinos conduziram ataques cibernéticos contra centenas de sites israelenses nos últimos dias.
Após anos lutando contra os criminosos da internet, o FBI e os serviços de segurança de outros países sabem, agora, que os hackers são os inimigos mais difíceis de pegar.
"É muito complicado pegá-los. Eles são portadores de simples chips que lhes permitem transferir dinheiro para qualquer lugar do mundo", acrescentou.
Christopher Painter, um perito do FBI especializado nas redes de cooperação internacional, destacou que um dos pontos fracos da luta pela segurança em informática é a invisibilidade da ameaça.
"Não é como um incêndio. Muitas vezes, descobrimos que uma empresa foi atacada antes mesmo dos próprios dirigentes ficarem sabendo", disse.
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